quarta-feira, 23 de junho de 2010

finda a 5a Cineop


Vinte mil pessoas.

Esse é o público divulgado pela Universo Produção, realizadora da 5a. Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, que terminou ontem - a Mostra foi de 17 a 22 de junho.

Com foco na preservação e memória do cinema brasileiro, a 5a. Cineop focou a década de 30 e homenageou os 80 anos da Cinédia, estúdio fundado pelo jornalista, produtor e cineasta Adhemar Gonzaga, em 1930.

Homenageou também o Canal 100, maior acervo de futebol no cinema.

E durante seis dias apresentou uma programação extensa e gratuita de curtas, médias e longas, oficinas, seminários, debates, shows, lançamentos de livros, exposição e cortejo da arte.


(Na bela foto de Netun Lima, uma das exibições no Cine Vila Rica. )


Ontem, último dia da Cineop, foi a vez de assistir um média e um longa.


Média


O cineasta mineiro Fábio Carvalho exibiu o média Porta de Palco (2009), sobre o produtor cultural Julio Varella.

Importante nome das artes cênicas mineiras, tanto em Belo Horizonte quanto em Ouro Preto, Varella movimentou a cena mineira e foi responsável pela vinda do moderno teatro brasileiro em Minas, durante as décadas de 60 e 70, como Antunes Filho e José Celso Martinez Correia, e espetáculos de ponta como Navalha na Carne, de Plínio Marcos, com Tônia Carreiro.

O filme faz uma visita afetiva ao produtor, com depoimentos de nomes como a ator e produtor Jota D´Angelo, o atual Prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, o artista plástico Carlos Bracher, o técnico de teatro, Vicente, e a cantor Sylvia Klein.

Aconteceu também o lançamento do livro Julio Varella - 50 Anos Fazendo Arte.


Longa


O longa-metragem de encerramento da 5a Cineop foi As Cartas Psicografadas por Chico Xavier, de Cristiana Grumbach, que apresentou o filme para o público em primeiríssima mão.

O documentário perfila nove famílias, sempre com o foco nos pais - mãe ou pai e mãe - que perderam filhos e foram procurar Chico Xavier.

Cristiana Grumbach faz um filme de proposta corajosa, pois jamais se utiliza de recursos melodramáticos, seja música grandiloquente ou abuso no uso de fotos dos mortos. E, com isso, pode não ter feito um filme para um contato imediato muito fácil para uma parcela do público.

Jamais a câmera faz movimentos pirotécnicos, ao contrário, a câmera fica parada em foco nos entrevistados.

É como se o mais importante para a cineasta seja dar voz à dor daqueles pais e mães.

Essa opção estética incomodou boa parte do público - muita gente debandou da sala, talvez também por motivos extra-filme, como o horário de exibição e o perfil da platéia.

Vi ali um olhar e um ouvido apaixonados que, antes de tudo, deu voz à dor daquelas pessoas, e me despertou interesse por todos aqueles relatos - mas, infelizmente, não seduziu muita gente, pelo menos naquela platéia.

(em breve, comentários do filme aqui no Insensatez).


Entrevistas e depoimentos

Durante a 5a Cineop fiz três entrevistas:

- a montadora e cineasta Virgínia Flores
- a cineasta Ana Luiza Azevedo
- a cineasta Cristiana Grumbach

Registrei também cinco depoimentos:

- o montador e pesquisador Maximo Barro
- o crítico e cineasta Ricardo Calil
- o professor e pesquisador Fernando Morais
- o cineasta e diretor de fotografia Pedro Bronz
- o produtor Luiz Alberto Gentili

Esse conteúdo será publicado no site Mulheres do Cinema Brasileiro.

4 comentários:

  1. Adilson, excelente cobertura da Cineop. Quando puder, coloca fotenhas, pra matar a sede :) Beijos, querido

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  2. Obrigado, querida.
    Colocar o quê? Mais fotos?
    Bjs

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  3. Sim, sim :) Amei as fotos, dão um insight lindo pro festival. Bjs, querido

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  4. Andrea, querida,
    Que bom que gostou.
    Também achei essas fotos lindas.
    Um beijo

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