Hoje é o Dia Mundial de Combate à Aids.
Eu, que nasci em 1963, sou da geração Aids - a geração AZT (não havia ainda o coquetel) -, pois quando a peste surgiu publicamente em 1981 estava no florescer dos 17/18 anos.
E como só fui ter vida sexual ativa aos 23, já comecei com o pau emborrachado.
A primeira vez que ouvi um depoimento sobre a doença por alguém de meu convívio foi por meu professor de literatura na época em que fazia Letras na PUC.
Ele dizia para nós sobre o terror que sentira ao ver fotos e pesquisar sobre a doença.
Mal sabíamos, todos nós, que perderíamos muitos dos nossos para essa peste avassaladora.
Muitos anos depois, assisti O Olhar Triste, documentário brasileiro lancinante sobre os soropositivos, que me emociona até hoje só de lembrar.
De minha parte, perdi enormes, grandes, médios e pequenos amigos, perdi namorados, perdi amantes, perdi conhecidos.
Para sempre a dor fez morada em meu peito por todos eles e por tantas outras vítimas.
Ainda hoje, passadas três décadas, a Aids ainda é uma doença fatal e discriminada.
Eu que estive à beira do leito de pessoas amadas que se foram, vi de perto o sofrimento delas e a dor se instalando em meu peito para sempre.
Saudades de muitas gente.
Saudades eternas!
E essa dor de fundo sem fundo em minha alma.
Saudades eternas!
E essa dor de fundo sem fundo em minha alma.
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