quarta-feira, 14 de outubro de 2009

herbert


Contaminado - no bom sentido - pelas observações pertinentes do meu amigo Sergio Andrade, do Kino Crazy, sobre o tom edificante dos documentários sobre os ídolos da música brasileira, fui assistir Herbert de Perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz.

O filme sobre Herbert Vianna, vocalista da banda Paralamas do Sucesso, não foge muito disso não, sobretudo na primeira parte, a do pré-acidente.

Estava achando o filme chaaaato, e ficava pensando, cá com meus botões, se aquilo não poderia ser uma extra de DVD - como achei um pouco sobre Coração Vagabundo, filme sobre Caetano Veloso.

E se essa fase pré acidente era, de certa forma, um contraponto à fase pós acidente - ou seja, a juventude cheia de gás e quase irresponsável para uma maturidade marcada por dores e superações - foi nessa segunda metade que o filme me pegou.

Há um olhar interessante para o personagem nessa segunda fase - ainda que, como se dá nesses documentários que perseguem seu objeto full time, não tenha deixado de me causar um certo desconforto pela presença da câmera invasiva.

Não gosto, por exemplo, quando a câmera está no banheiro enquanto Herbert se barbeia e depois fica parada observando ele sair de lá até parar no quarto e olhar para ela.

Fiquei mesmo um tanto incomodado, e, ignorante, não sabia que Berliner já era parceiro antigo da banda, dirigindo videoclips há alguns anos.

Ao ver esse crédito na ficha técnica ao final, suspirei aliviado por saber que aquela câmera não era tão estrangeira de seu objeto.

E foi impossível não me lembrar de um show dos Paralamas que assisti na dédada de 80 em Ouro Preto.

Estava com meu melhor amigo, que morreu em 1994, e, lembro-me que dançamos muito, divertíamos muito, e ríamos muito.

Eu, sobretudo, por estar descobrindo/reafirmando minha sexualidade.

Como sou dessa geração rock dos anos 80 - nunca fui muito fã de rock, a não ser dessa geração brasileira - fui em shows de toda essa gente: Blitz, Paralamas, Titãs, Kid Abelha, Legião etc.

E assistindo ao filme, não pude deixar de me sentir incluído no mostrado, mesmo porque também assisti ao primeiro show do Paralamas depois do acidente de Herbert Vianna - fiz assessoria de imprensa para o show em BH.

E, dessa vez, sem o meu querido amigo, e um tanto mais triste também por causa disso.

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