quarta-feira, 19 de maio de 2010

longas brasileiros em 2010 (120)


Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

120 - O Sexomaníaco (1976), de Carlos Imperial +

Ir ao teatro é maravilhoso, mas quando a peça é ruim a experiência pode ser das mais angustiantes. Isso porque, ao contrário do cinema, não é muito educado abandonar o espetáculo no meio e nem usar o assento para uma boa cochilada, afinal uma saída intempestiva, e mesmo uma de fininho, pode chamar atenção desmedida e desconcentrar o elenco, e uma boa dormida pode resultar em roncos desconcertantes. Quando é cinema, podemos fazer tudo isso, mas se persistimos, a angústia pode ser que nem. Sobretudo quando é daquelas pornochanchadas grosseiras que buscam o engraçado a qualquer custo e com sutileza de elefante, mas que não tem graça alguma. Isso porque pornochanchada boa é ótimo, mas quando é ruim pode ser o fim da picada. O Sexomaníaco, produzido, dirigido, roteirizado e intepretado por Carlos Imperial - que também assina o argumento e o cenário - cabe como uma luva como exemplo para esse desvario. O pançudo e cabeludo Imperial tem até um certo charme em cena - além, claro, de sua importância na música e na cultura de massa. Como sempre foi efusivo e um tanto espalhafatoso - Dez, nota Dez! - essas características não se ausentariam de sua perfomance por trás das câmeras e ainda mais produzindo seus próprios filmes. Esse Sexoamaníaco é anunciado como inspirado em fatos reais. O fato? um maníaco que foge do hospício e que adora prender os maridos no armário enquanto papa as esposas. No filme, Imperial é Severino Barba de Bode, contraventor que usou e abusou de Ana Maria Kresleir, a socialaite Norminha, e agora baba por Sandra Escobar. Enquanto acompanhamos os assédios cada vez mais próximos do marmanjo, as aparências podem nos enganar mais uma vez. O Sexomaníaco não apresenta um momento memorável sequer, e a má direção de ator salta aos olhos, bastando como exemplo a sofrível interpretação da sempre interessante Ana Maria Kreisler. Na década de 1980, Imperial dirigiu As Delícias do Sexo e tirou a roupa de seu batalhão de mulheres cena atrás de cena. Como aqui ainda estávamos nos anos 70, a nudez é pudica e quase inexistente. Ou seja, não há lugar para a nudez desenfrada que os patrulheiros colonizados adoram apontar em equação de cinema brasileiro igual a palavrão e mulher pelada. Na trilha sonora de Zé Rodrix, espaço para um dos maiores sucessos do compositor e cantor, Soy Latino Americano - co-autoria de Livi - , esse sim um hit maroto da década de 70.

Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

6 comentários:

  1. Vi apenas o finalzinho e já achei abominável!

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  2. Já eu comecei a assistir e não aguentei também! Por outro lado assisti "EM FAMÍLIA" do Paulo Porto e achei uma maravilha! Qual o link do site onde você consegue a fotos desses posters? Tem uma marca d´agua na foto mas não dá pra identificar qual o site.

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  3. Pois é Sérgio, o Imperial como diretor é dureza, viu.
    Pelo menos dos filmes que vi até agora.
    Abs

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  4. Alexandre,
    O Em Família é bonito mesmo, já comentei sobre ele aqui no Insensatez.
    Quanto as imagens dos cartazes é do site da Cinemateca - www.cinemateca.com.br
    É ótimo, tem vários.
    Um abraço

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  5. Obrigado pelo link! Eles tinham era que fazer um livro só com poster de filmes brasileiros!!!!

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  6. Também acho, Alexandre.
    Principalmente com os cartazes do cinema nacional dos anos 70, que são um arraso.
    Um abraço

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