terça-feira, 2 de junho de 2009

ainda khouri e a zapping


Sugestionado pelo Marcelo Miranda, escrevi para Fabiola Reipert, da coluna Zapping.

Em quatro email trocados, ela alega que não quis ser desrespeitosa e nem ignorante ao assunto, que teria sido uma distração com o termo pornõ, que deveria ter escrito erótico.

Disse a ela que mesmo o termo erótico não cabe ao filme Amor Estranho Amor (foto), que se ela apurasse sobre o que escreve veria isso.

Mas o que mais me espantava é que o terno pornô continuava lá na nota, mesmo depois dos email trocados, e que a nota incorreta seria lida pelos novos leitores, passando para eles uma idéia equivocada sobre o filme.

No ultimo email ela disse que ia trocar a palavra, mas enquanto a coluna com a nota esteve em manchete isso não aconteceu. Talvez agora, quando a coluna em destaque já apresenta outro conteúdo - procurei a antiga, mas não encontrei no site. Pode até estar lá e corrigida, mas não é fácil chegar até ela. O procedimento correto, acredito, seria republicar a nota com a correção na página em destaque e atualizada.

É impressionante que nós, pesquisadores, tenhamos que apontar para a imprensa, quando casos como esse acontece, o caminho natural e que é obrigação dela:

- a apuração.

Sou jornalista, mas mesmo que não fosse, apurar uma informação antes de divulgá-la parece óbvio, não?

Triste.

14 comentários:

  1. Pois é, Adilson, muito chove não molha, falta a atitude concreta: uma simples errata. Não se pode conceber o "Amor Estranho Amor" com base nesses absurdos, é muita tosqueira e desinformação. Mais uma vez, o cavalo de batalha sobra para nós, os pesquisadores... Bjs

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  2. Dei uma força aqui:
    http://blogpolvo.blogspot.com

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  3. Bacana Marcelo.
    Mesmo porque, como registrei no post, foi sugestionado por você que entrei em contato com Zapping.
    Abs

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  4. Muito boa a sua iniciativa, Adilson. A "repórter" tenta passar uma idéia de que é coisa pequena, uma palavrinha mal-colocada, mas na verdade envolve um preconceito bem mais amplo sobre o cine nacional.

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  5. se tirar a palavra "pornô" os um bilhão e trezentos que procuram "xuxa" e "pornô" no google não chegaram à matéria. Ótima iniciativa Adilson!

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  6. Eu já discuti com várias pessoas sobre esse assunto, argumentando que o filme não era pornô. As pessoas davam risadas e novas risadas. A gente passa por chato, mas fazer o que? O Brasil é o país da ignorância.

    Matheus Trunk
    www.violaosardinhaepao.blogspot.com

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  7. Sinceramente, um cara como Walter Hugo Khouri não merecia isso. Parabéns Adilson por insistir no tema.

    Matheus Trunk
    www.violaosardinhaepao.blogspot.com

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  8. Leo,
    Pois é, fiquei fulo da vida porque nos dois emails que ela me enviou, na fala dela, percebe-se que, para ela, o caso se resumia apenas a uma distração na troca de palavras.
    Terrível.
    Abs

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  9. Gabriel,
    Imagino quantas pessoas devem ter lido a nota e construído ou reforçado uma imagem equivocada e preconceituosa sobre esse grande filme do Khouri.
    É mesmo lamentável a irresponsabilidade dessa gente.
    Abs

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  10. Matheus,
    No geral, muita gente constrói uma verdade sem ter realmente visto o objeto. A obra do Khouri, que é um dos maiores cineastas brasileiros, vive vilipendiada por gente desse tipo. E a imprensa rasteira, muitas vezes, é grande culpada no reforço desse preconceito.
    Abs

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  11. Ignorância e preconceito são coisas indefensáveis mesmo. O pior é que as pessoas simplesmente se recusam a ver o filme como ele é, buscando apenas a tal cena. Mas a Folha ainda é o melhor jornal do país, o que não diz muito sobre a Folha, mas diz tudo sobre o país. Vai se comparar com o quê? O globo é um lixo, o Estadão é um lixo ao quadrado. A Folha pelo menos tem o Laerte, o Inácio, o Cássio, o Angeli e mais meia-dúzia de três ou quatro. Nos outros a gente vai salvar o quê? só se for o Veríssimo mesmo.

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  12. Caro Daniel,
    Fico feliz em vê-lo por aqui, pois sou leitor diário de O Passarim, que é um dos insetos aí ao lado.
    Pois é, nessa correspondência minha com a Zapping, coloquei com cópia para o Ombudsman da Folha.
    Ontem ele me escreveu agradecendo por fazer isso.
    Fui lá e vi que ela trocou pornô por erótico, ainda que seja contra também ao termo, já que classificar o cinema do Khouri como erótico é uma simplificação absurda.
    Abs

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  13. Tem uma questão que ninguém tocou nessa discussão: o pouco caso da colunista é tamanho que ela não se dá a dignidade de falar o nome do filme. O NOME! É algo básico: qual é o tal "pornô com Xuxa" que o cara fez no passado e sobre o qual vai revelar "segredos"? Isso, a meu ver, denota ou uma completa falta de informação (e de traquejo pra ir atrás) ou uma intencionalidade de realmente omitir o nome justamente pra que não se dê a oportunidade do leitor tirar a limpo e porventura descobrir que não tem chongas de pornô algum no que ela está falando. Qualquer das hipóteses é indefensável.

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