sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

o sem tela


Ontem, o Festival Nacional da Globo exibiu um filme que adoro:
"Bendito Fruto", dirigido por Sérgio Goldenberg.
Otávio Augusto tem a oportunidade de mostrar porque é um dos maiores atores desse país; Zezeh Barbosa de mostrar seu talento dramático; e Vera Holtz de mostrar uma composição de nuances.
Um filme que fala de preconceito racial, e também de homossexualidade, de forma terna e profunda.
Um retrato sem retoques do universo da periferia e bem diferente de como vem sendo mostrada, quase sempre banhada em sangue.

O que dá engulhos mesmo é ver a Rede Globo, uma das maiores TVs do mundo, apresentando o "Festival Nacional", que, inclusive, chama de tradicional.
Uai, e precisava fazer um festival para exibir cinema brasileiro?
Não seria uma obrigação?
Por isso muitos desavisados do público que frequenta cinema hoje em dia tem pavor de cinema brasileiro. Afinal, crescemos aprendendo a assistir, gostar e assimilar o cinema americano.

Ficam falando que a televisão tinha que fazer mais parcerias de co-produção com o cinema. Pode ser. Mas a televisão devia era ser obrigada a passar cinema brasileiro. E na sua programação rotineira. Não em festivais de verão ou em exibições pela madrugada.

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