sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

marcador


Depois de um ano de Insensatez, resolvi colocar um marcador de visitas ontem.

Aliás, graças ao meu amigo Maurílio, já que, apesar de ter site e blog, entendo dessas tecnologias igual entendo de futebol.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

longas brasileiros em 2010 (27)


filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

027 - Elvis e Madona (2009), de Marcelo Laffitte ****

Elvis e Madona, de Marcelo Laffitte, injeta humor na produção do cinema nacional, mas sem abrir mão da inteligência. O filme é sobre um caso de amor entre uma lésbica e uma travesti que vivem uma relação improvável, mas engraçadíssima. Tudo funciona bem nesse filme, que não se leva muito a sério, no melhor sentido do termo, mas fala de coisas seríssimas. Destacam-se a forma leve como o roteiro desenvolve a trama, os diálogos divertidos e a direção de atores. Simone Spoladore tem uma interpretação com todas as sutilezas da motogirl que quer ser fotógrafa de jornal e vive em conflito com a família. Já Igor Cotrim se entrega de forma despudorada à travesti que é cabeleireira e sonha realizar o grande show de sua vida, mas vive sendo explorada por um marginal. A química entre os dois atores em cena é surpreendente. Vale destacar também a ótima trilha sonora com nomes como Gilberto Gil e Elza Soares. Se Elvis e Madona for bem lançado nos cinemas é possível que faça muito sucesso e atraia um grande público, pois realmente merece.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

Obs.: Filme visto na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.


ADENDO:
Confira balanço da 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes e discussões nos comentários envolvendo a exibição de Elvis e Madona na Mostra. Aqui:
http://minhainsensatez.blogspot.com/2010/02/balanco-da-13-mostra-de-cinema-de.html

longas brasileiros em 2010 (26)

filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

026 - A Falta que me Faz (2009), de Marília Rocha ****

A Falta que me Faz, de Marília Rocha, é um documentário sobre um grupo de garotas que vive na região de Diamantina. Elas tem uma vida difícil e sem muito recursos, mas não abrem mão da diversão e da amizade que as unem. Gravidez, desencontros amorosos, bailes, angústia e desavenças fazem parte do dia-a-dia dessas adolescentes na passagem para a vida adulta. Marília Rocha, diretora dos premiados Aboio e Acácio, volta sua lente mais uma vez para um universo de dura crueza, mas sem abrir mão da poesia. É como se o instante registrado daquelas meninas revelassem o que é o real na vida, ao contrário das firulas que a maioria das pessoas encontra para construir sua realidade. A Falta que me faz é mais um ótimo exemplar do cinema feito em Minas Gerais e com janela aberta para o mundo.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

Obs.: Filme visto na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

longas brasileiros em 2010 (25)


filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

025 - Corpos Celestes (2009), de Marcos Jorge e Fernando Severo +

Corpos Celestes é um filme dirigido a quatro mãos por Marcos Jorge e Fernando Severo. A trama é um rocambole sobre o encontro entre um garoto sensível e um astrônomo solitário. Daí, quando ele se torna adulto, vira também um apaixonado pelos astros e cético com a humanidade. Até que se apaixona por uma misteriosa mulher, enquanto descobre seu lugar no universo. Misto de O Meu Pé de Laranja Lima com aulas no planetário, o filme investe no diálogo com o público, mas erra a mão na simplificação e no tom melodramático. É mais um exemplar daqueles filmes fofos que a gente não sabe muito bem para onde vai. Corpos Celestes é muitos passos atrás na carreira de Marcos Jorge, diretor do premiado Estômago.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

Obs.: Filme visto na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

longas brasileiros em 2010 (24)


filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

024 - Natimorto (2009), de Paulo Machline **1/2

Natimorto, de Paulo Machline, é uma adaptação cinematográfica da obra literária personalíssima de Lourenço Mutarelli. Depois do sucesso de O Cheiro do Ralo, também baseado no autor, chegou a vez do público conferir a conturbada relação entre um caça-talentos e uma cantora lírica. Enquanto ela espera por uma audição com um famoso maestro, ele a convence a dividirem um quarto de hotel. Começa aí uma relação perigosa e caustrofóbica. Quem interpreta o caça-talentos é o próprio Mutarelli, que está muito bem em cena. Isso faz toda a diferença no filme, que no geral é um tanto capenga em suas intenções. Falta um pouco do humor involuntário do universo do escritor e sobra histeria. Do lado dos acertos está mais uma presença arrebatadora de Simone Spoladore, uma atriz muito requisitada atualmente no cinema.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

Obs.: Filme visto na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

longas brasileiros em 2010 (23)


filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

023 - Morro do Céu (2009), de Gustavo Spolidoro ***

Assim como em Os Famosos e os Duendes da Morte, a geografia multirracial de Morro do Céu também está no sul do país. Se no filme de Esmir Filho o protagonista vivia em uma comunidade de descendentes de alemães, nesse filme de Gustavo Spolidoro é a vez dos descendentes de italianos. O filme é um documentário com ares de ficção. Nele, acompanhamos os encontros e desencontros do jovem Bruno, um adolescente que vive com seus amigos. Estão lá os almoços em família, as dificuldades na escola, a colheita de uva, o trabalho na oficina mecânica e as corridas de carro. E estão lá, sobretudo, a descoberta e as dores do primeiro amor. Morro do Céu foi realizado, originalmente, como DOC TV, e agora estendido para exibição nos cinemas. É mesmo mais um filme para a televisão, mas tem seu encanto preservado também na tela grande.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

Obs.: Filme visto na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

longas brasileiros em 2009 (22)


filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

022 - Os Famosos e os Duendes da Morte (209), de Esmir Filho ****

O cineasta Esmir Filho virou hit na internet com o curta Tapa na Pantera. Mas se nele havia comédia, em Os Famosos e os Duendes da Morte há solidão e angústia. Em sua estréia em longas, ele utiliza o universo virtual não como canal de divulgação, mas de expressão. No filme, acompanhamos a vida de um adolescente solitário em uma comunidade no sul do país, onde a taxa de suicídio é grande. Fã de Bob Dylan, ele acessa o mundo exterior pelo computador, até que chega uma figura misteriosa na cidade. E é a partir das relações que constrói no mundo virtual, real e na imaginação, que ele enfrenta seus fantasmas internos e descobre sua sexualidade. Com um título enigmático, Os Famosos e os Duendes da Morte é um belo mergulho no universo dos adolescentes ao falar de temas difíceis, mas sem abrir mão da poesia e da delicadeza.


Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

Obs.: Filme visto na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

balanço da 13ª mostra de cinema de tiradentes



Terminou no sábado, dia 30 de janeiro, a 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Segundo os organizadores da Universo Produção, a Mostra atraiu um público de cerca de 48 mil pessoas.

Dessa vez não pude cobrir toda a Mostra, pois fui apenas nos dois finais de semana, o de abertura e o de encerramento.

Por isso não acompanhei a Mostra Aurora, disputa competitiva que acontece dentro da Mostra e que premia filmes de cineastas que estão no primeiro ou segundo longa.

E também por isso não assisti a produção cearense dirigida a oito mãos Estrada Para Ythaca (foto), de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti, grande vencedora do Prêmio da Crítica e do Júri Jovem - esse formado por estudantes selecionados em uma oficina de crítica cinematográfica ministrada pelo curador Cléber Eduardo.

O Júri Jovem também concedeu uma menção honrosa para Mulher à Tarde, de Affonso Uchoa.

Segundo meus amigos jornalistas que acompanharam a Mostra toda, a Aurora continou com o mesmo perfil das edições passadas ao apostar em propostas mais radicais de linguagem.

Da programação da Mostra como um todo, o Prêmio do Júri Popular foi para Herbert de Perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz, filme já lançado comercialmente e que não é dos melhores feitos sobre nomes da música brasileira - no caso aqui, sobre Herbert Vianna, o vocalista da banda Paralamas do Sucesso.

Mais uma vez saiu consagrado pelo prêmio um filme exibido na praça e também sobre música - ano passado, o vencedor foi o filme sobre a banda Titãs - Titãs - A Vida Até Parece Uma Festa, de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves.

Mas se olharmos mais atentamente, quem deveria ter levado o prêmio do Júri Popular é Elvis e Madona (foto), o divertido filme dirigido po Marcelo Laffite sobre a história de amor entre uma lésbica e uma travesti. Só que por ter sido exibido no último dia, o filme não pode concorrer na categoria, pois, parece-me, a apuração já estava encerrada.

Elvis e Madona foi mesmo um dos grandes destaques da Mostra de Tiradentes e foi aplaudido em cena aberta durante algumas vezes. Simone Spoladore como Elvis e Igor Cotrim como Madona estão arrebatadores e têm em cena uma química impressionante. Vale destacar também os deliciosos diálogos e a trilha sonora bacana e pulsante.

A Mostra de Tiradentes aposta em um cinema mais radical na linguagem, e por isso nem todos os filmes têm um diálogo mais direto com o público - como Elvis e Madona tem e também têm Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca; Os Inquilinos, de Sérgio Bianchi; e os filmes da mostra Onda Musical, como Dzi Croquetes, de Raphael Alvarez e Tatiana Issa; Mamonas Pra Sempre, O Doc, de Claudio Kahns; e Herbert Bem de Perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz.

Em sua totalidade, a 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes apresentou bons filmes e algumas decepções e maus filmes.

Dos que assisti, os mehores foram:
- Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes;
- Os Inquilinos, de Sérgio Bianchi;
- Os Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Filho;
- Morro do Céu, de Gustavo Spolidoro;
- Insolação, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch;
- Elvis e Madona, de Marcelo Laffitte;
- A Falta que me Faz, de Marília Rocha.

Corpos Celestes, de Marcos Jorge e Fernando Severo foi a grande decepção e um mau filme - muitos passos atrás de Marcos Jorge, diretor de Estômago.

Mais uma vez não cobri os curtas - o vencedor do Prêmio Aquisição Canal Brasil foi O Filme mais Violento do Mundo, de Gilberto Scarpa; o Prêmio do Júri Popular foi para Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho; e Obra-Prima, de Andréa Midori e Thiago Faelli.

Fiquei em Tiradentes durante cinco dias - sendo que um dia com apresentação de apenas um filme de abertura, Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes.

Assisti 10 filmes, participei de dois debates, fiz quatro entrevistas e registrei nove depoimentos - em breve esse material será publicado no meu site, Mulheres do Cinema Brasileiro.

Obs.: cada um dos filmes são analisados um pouco mais e têm cotação aqui no Insensatez - faltam comentários de mais cinco filmes assistidos.

Veja outras matérias sobre a cobertura da 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes nos links abaixo:

13ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Cobertura 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes - Parte 1
Cobertura 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes - Parte 2
Cobertura 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes - Parte 3
Cobertura 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes - Parte 4

Programação Completa e informações sobre os premiados::http://www.mostratiradentes.com.br/